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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fluxo

Quantos gritos cabem no teu silêncio??
Quantas lágrimas guardam o teu sorriso?
Quantas doses de saudade cabem na tua ausência?
Quantas doses de ausência cabem nessa cachaça?
De eternas reticências
Vamos caminhando nas entrelinhas
Por onde o tempo nos permite
Anestesiando cada metáfora
Desafio cada verso
Prosa
Poesia
Descrevendo esses passos falsos
Certezas fingidas
Histórias quase findas
Lembranças desafiadoras
Dor na memória
Quantas memórias carregam tuas histórias?
Amanhã talvez esqueça
Amanhã
Ah! A manhã!
Que vire vapor
Que molhe cada flor.
Enquanto houver amanhã
Ah, manhã
Orvalhada de amor.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Saídas

Não fui feita para jogos amorosos.

Destes que desestabilizam a gente
Esfriam o estômago
E bambeiam as pernas

Não fui feita pra brincar de amor
Pra passar noites em claro
Planejando sozinha
O futuro a dois

Escrever e apagar
Mensagens de texto
Tecer cartas à rima
Pra guardar no fundo da gaveta

Não fui feita pra esses enlaces românticos
De parar de pensar em tudo
E pensar em uma coisa só
Até o corpo não aguentar mais
E a lagrima começar a cair
Até a garganta não suportar o nó

E gritar

Tentar traduzir
Sentimento tão nobre
Confuso
E louco

Não fui feita pra planejar casamentos
E futuro conjunto
Esperar o para sempre
E vendo quão devaneio
Essa ideia lhe parece
Embriagar-se mais uma vez

Não de amor.

Por hora ,
Destilados
Que anuviam a mente
Apaziguam os pesares

Outras drogas quaisquer
Licitas ou não

Embriagar-se de amor fútil
De prazer onde eu couber
Ou de fingir prazer
Com amante qualquer

Ressacar-se por dentro e por fora
Em todos os dias porvir
De culpa
Sem ter porquê

Não fui feita pro amor e suas drogas
Mas ironia do destino
Sinto tanto amor

Que mal caibo dentro de mim.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bibelô

E de repente,
Eu decidi te deixar ali.

No cantinho
Da agenda
Da lembrança
No cantinho do coração

Pra que  quando você voltasse

(Porquê, você havia de voltar)

Não tivesse muita coisa diferente
Só eu mesma,
Ali,
Onde sempre estive.
Pronta pra ouvir
Suas aventuras
Seus segredos.

Eu esperei.
Poderia esperar pra sempre.

Mas...

Você demorou tanto.
Me conhece bem
E Sabe como é...

Até o meu
Para sempre

Pode ser inconstante demais.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Dois ou Um

(Dramaturgia)
1
-Quatro dias. Já se passaram quatro dias e nada!
-espera mais quatro
-não! Daí vai ser a teoria dos oito dias e não dos quatro. Você não entende?
Iremos explicar agora em que se consiste a teoria dos quatro dias. Após anos e anos de estudo na técnica milenar, cientistas chegaram a famosa teoria dos quatro dias. A teoria consiste em que a paixão instantânea pode durar no máximo quatro dias. Explico. Quando você conhece alguém e se apaixona imediatamente, pode se permitir essa sensação por quatro dias. Passados quatros dias o sentimento simplesmente some. A não ser, que tenha havido algum contato entre as partes dentro desse período, que então automaticamente é prorrogado por mais quatro dias. E assim consecutivamente.
-Você é maluca, onde já se viu? Teoria dos quatro dias...É cada uma!
-funcionou muito bem até hoje, até ele aparecer. Que saco.
-Sempre tem uma primeira vez.
-As primeiras sempre tem vezes!
-O céu está bonito.
-Está sim.
2
Significado de paixão: Sentimento excessivo; amor ardente, afeto violento, entusiasmo, cólera, grande mágoa, vicio dominador, alucinação.
Ela estava apaixonada. Coitadinha. Um encontro e estava apaixonada. Essas pessoas deviam dar seu cérebro pros cientistas entenderem o que se passa dentro dele.
-ele visualizou. Visualizou e não quis responder. Pode isso?
PODE ISSO?
-histeria
-Tem um celular vibrando
-É ele! É ele! É ele!
- Ele sim, o cara do banco te cobrando. Desiste de amar e vai trabalhar!
- Oh mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo...
-Você seria homem.
-Você anda muito dramática. Ninguém te aguenta mais!
-Recebi uma resposta!
Eu mandei uma mensagem dizendo bom dia! Que sair com ele foi muito divertido e que acho que a gente podia remarcar outra hora. Ele respondeu, foi realmente divertido! A gente remarca sim. Bj
-BJ? Bj? Custava escrever? Beijo? Custava?
-Acho que custava.
-Mas agora acabou. Já tem 5 dias, não houve contato entre as partes segundo a teoria já acabou.
Finda a paixão entre 1 e 2. Hora do óbito 14:28h do dia 12 de abril de 2013. Causa do óbito: cinco dias sem assistência e/ou falta de medicação.
-Essa eu quero ver.
-Apaga o numero dele então! Apaga! Quero ver!
-Exclui do facebook!
-Apaga todas as mensagens antigas.
-Rasga aquela foto
-Pixa a casa dele~.
-Fura o olho dele.
-Parem de falar! Eu não vou fazer nada. Se não me quer então não quer. acabou.
-Vai saber se ele não quer né....
-vai saber.
3
-oi
-oi
Dois beijos na bochecha! Dois beijos! Nunca entendi o porque de dar dois beijos, mas deve ser um bom sinal. Dois é melhor que um.
-fiquei surpresa de me ligar...
-queria ter ligado antes, mas ando bem ocupado.
Silêncios são sempre muito constrangedores quando se falta intimidade. Alguma coisa legal pra falar, alguma coisa criativa, alguma coisa que mostre o quão especial é sua personalidade.
-minha tia toca violão.
-É? .... hum.
-Muito bem.
-hum
Dois silêncios. Dois silêncios. É, houve um equivoco, nem sempre dois é melhor que um.
-Eu disse isso porque sei que você toca...Eu, bom, gosto de quem toca. Violão! É...é legal tocar instrumentos.
-Sim. É bem bacana. Você toca?
-Não. Mas eu escrevo.
-É mesmo? Que legal! O que você escreve?
-Bom, você sabe, palavras, frase e tal.
Silêncio
-Brincadeira! Escrevo poesia, as vezes músicas também.
-Você pode me mostrar um dia desses! Bom, eu vou indo foi legal passar a tarde com você.
Dois beijos na bochecha.
-dois beijos na bochecha e nenhum na boca. É realmente, nem sempre dois é melhor que um.
4
-Ta difícil! Eu não sei o que ele quer, cada hora penso uma coisa!
-Tipo aquela musica?
-qual?
-Teus sinais, me confundem da cabeça aos pés...
-É tipo essa musica!
-Sabe outra musica que encaixa?
-qual?
-Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixo assim ficar subentendido...
-como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer...
-É. Mas é triste. Sei lá. Só queria que desse certo. To carente, odeio me sentir assim!
-deve ser o inverno.
-pode ser. Me beija?
-Sempre que quiser!
Cena 4
-Ela é tão maluquinha. Mas é encantadora não é?
-definitivamente. Encantadora.
-Acho que gosto dela. Mas não sei.
-não sabe se gosta?
-não sei o que fazer! Gostar é muito complicado, vem tanta coisa ruim junta..
-Mas também vem muita coisa boa.
-Isso é verdade. E ela é tão linda.
-E pequena!
-Parece uma boneca.
-Quem olha pensa que ela é frágil, mas é só conversar cinco minutos...
-Vê que ela não tem papas na língua. Acho que é isso que gosto nela. Menina cheia de paradoxos! Simplesmente encantadora. Mas por hora, não vou fazer nada. Aliás, vou sim. Vou chegar naquela outra menina da mesa. To carente! Deve ser o inverno.
-vai lá.

Irônico demais. Se um dos dois tivesse coragem...Uma ligação bastaria. Uma só. Meia dúzia de palavras. Mas não, ambos engasgados no orgulho, saciando sua fome um do outro em outros braços qualquer. Tempos modernos e bagunçados. Ninguém mais deve admitir que ama. Tempos modernos e bagunçados.
5
-a gente se encontrou hoje. Meio por acaso. Ah! Senti borboletas no estômago! A quanto tempo não sentia isso?
-E o que você fez?
-conversei normal. Mas rola um clima. Eu sei que rola. Vamos sair hoje a noite. Eu vou jogar a real.
-vai mesmo?
-provavelmente não.
-imaginei.
-Mas posso tentar, sei lá, de repente fazer uma transmissão por telepatia. Pode funcionar.
-pode sim.
-ou escrever uma sms
-provavelmente funcionará mais.
-É, eu sei.
6
-Como foi ontem?
-Foi legal, nos divertimos bastante. Nos beijamos no final da noite. Mas não sei...
-O que você não sabe?
-Não sei o que ta rolando. Hoje é sábado, queria vê-la...sair com ela...Mas não sei. Ta complicado. Acho que vou ali pular do prédio. Bem rapidinho.
-Sossega Carlos! O amor é isso aí que você está vendo! Hoje beija amanhã não beija, depois de amanhã é domingo, e segunda feira, ninguém sabe o que será*...
7
-E como foi ontem?
-foi bacana, mais sei lá...Acho que to muito apaixonada...To com medo de não dar em nada, já sofri tanto nessa vida, não sei se estou disposta a me arriscar de novo
-Deixa disso mulher! Você é tão jovem! Ninguém morre de amor! Cura esse coração e vai na fé! Vai que agora é a sua hora.
-Mas tem tanta chance de dar errado...O mundo é tão grande! Tem tanta gente nele...Ele pode conhecer outra garota, pode enjoar de mim, pode me deixar, me trair, me usar...
-Mas e se apesar de tudo isso, der tudo certo? E for lindo?
-Ainda se for lindo, há de acabar um dia! Não existe o pra sempre, a felicidade é sempre finita!
-Só te digo uma coisa. “As coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”.
 8
-que bom te encontrar
-bom te ver também
-queria poder te ver sempre
-que coincidência!
-te ver assim bem de perto, quase colado!
-te ver assim envolta pelos meus braços...
-sentir sua respiração pertinho, seu cheiro, seu gosto...
-jogar contigo, aquele jogo...Aquele que a gente sabe bem.
-Pelo tempo que durar...
-O quanto durar...
-Gosto de você.
-Também gosto de você.
Beijos.

Realmente, dois é sempre melhor que um.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Palhaço

Ironia é um palhaço ser tão triste
Faz sorrisos imensos
Alegrias sem fim

Pinta de colorido tantas noites em preto e branco
De casais destemperados
Crianças que ainda sonham
Velhos que ainda lembram

Provoca o riso dos mais mal humorados

Felicidades fugazes
Irrisórias

O palhaço não ri

Pinta de batom um sorriso falso
Usa as cores da alegria pra esconder
Sua alma preta e branca
Cinza

Sua falta de cor
De tempero
De temperança
De desespero
Desesperança

Irônico é esse palhaço que não ri

Não sente vontade
E nem tenta

Gastou todos seus sorrisos
Para a plateia de desconhecidos

Ele já nem se lembra
Como é rir de verdade

Não de pintura
Não de poema

Por detrás do picadeiro
O palhaço chora

Sozinho
Quieto
E triste

Seu destino é esse
Espalhar risos noite a dentro
Vida a fora

E segurar sozinho

Sua alma que chora

Quente.


Amor no jogo.
Sorte no azar.

Tão logo te vejo
Tão cedo me perco
Procuro o encontro

Teu beijo
Teu cheiro
Teu gosto
Teu sexo

Mas já é hora de dizer adeus
O dia já chega
Vai logo com os seus

Que nosso jogo
Dura a madrugada
É pouco
Mas melhor que nada

Que a nossa sorte
Ninguém pode ver
Mas a gente sente
E como sente
Só eu e você

Mas o azar
É que dura tão pouco
Esse amor impróprio
Esse amor tão louco

Mas fica mais.
Ainda é cedo

Encosta aqui
Sem jogos
Sem medo

Poema Curto

Amor no jogo.
Sorte no azar.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Vômitos e Paradoxos

-Eu vomito palavras. Sempre fui assim. Custo a ter coragem de dizer o que eu sinto, mas quando sai, sai assim, um escarro. Sou péssima pra dar noticias ruins, vai ser sempre olha, seu cachorro morreu. Sou péssima. Não é insensibilidade, é só que eu...Vomito palavras.

Risos

Maitê era assim, vomitava palavras, aquelas que geralmente já embrulhavam seu estomago por algum tempo. Às vezes, segurava a ânsia, sempre tendo a impressão de estar se provocando uma úlcera. Mas de um tempo pra cá, tinha decidido, não amargaria com nada sozinha. E se sentiu bem. Algumas pessoas não gostavam do que ela dizia. Paciência. Não dá mesmo pra agradar todo mundo. Chamou seu novo traço de personalidade de bulimia poética. É um bom titulo pra um livro. Ou uma música. Estava começando a conhecer Diogo, e a vomitar palavras nos seus ouvidos.

-Eu gosto de gente sincera. Mas realmente, o mundo não está preparado pra sinceridade. As pessoas se iludem. Dizem querer saber a verdade, mas não querem. A ilusão é um refúgio, e as pessoas... Bem, o ser humano é paradoxal.

Diogo era um garoto cheio de paradoxos. Como, segundo ele todos os seres humanos são. Algumas pessoas podem chamar de hipocrisia, mas pra ele é só que cada um carrega um pouco de tudo dentro de si. Conviver com seus próprios paradoxos, isso sim é um desafio.

-Por exemplo, você não pode acreditar no discurso de uma pessoa sobre ela mesma, porque na maioria das vezes eles não conhecem seus próprios paradoxos. Cada um diz de si, só aquela parte confortável, e inegável. Você por exemplo, diz que vomita palavras, eu poderia acreditar que você fala exatamente sobre tudo que sente, mas eu sei que não é verdade, porque você disse que também é orgulhosa. Encontrou o paradoxo? Uma pessoa orgulhosa jamais vai dizer tudo que sente.

Silêncio

Diogo tinha razão. Ela era orgulhosa e escondia seus sentimentos por ele há algum tempo. Sentimentos esses que reviravam seu estômago todas as noites antes de dormir. Porém, era realmente a única coisa que estava guardando desde que tinha decidido falar sobre tudo. Mas enfim, era seu paradoxo.
Os dois ficaram alguns minutos em silêncio.

-Eu gosto de você. Não como amigo... Estou... Apaixonada. -Vomitou ela

Mais alguns minutos de silêncio.

-Eu já sabia.

-Pode ser sincero, eu prefiro assim.

-Eu não gosto de você 

vomitou ele, para a surpresa dela, sem rodeios, sem cuidados.

- Você disse que preferia assim.

-Acho que eu estava enganada.

-Também imaginei isso. Como eu disse, o ser humano e seus paradoxos.

Novo silêncio. Os dois estão deitados numa grama, sob o céu. Seria um cenário perfeito para um começo de romance, mas já que estamos falando em vômitos e paradoxos...

-Me desculpe, mas é que eu gosto de outra pessoa.

-Tudo bem, você não tem que se desculpar.

-Seria mais fácil gostar de você...

-Talvez.

- Mas não podia ser fácil, nem pra mim nem pra você. A vida é uma lama mesmo.

- Pois é cara. Que merda. Que merda...

Terminou a garota engolindo de volta tantas palavras que queria ter dito e pensando num sério tratamento pra essa bulimia poética. Doença, que ela mesma tinha inventado pra si.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Domingos Republicanos


Cenário: domingo a noite. A casa estava suja e fedia. E nós, estávamos com a cara de derrota de quem bebeu pra caralho na noite anterior, passou o domingo se sentindo uma ameba, e agora, começa a refletir sobre a existência. Os três. Ressacados, embrulhados e se perguntando o porquê disso. Sentamos na varanda, cada um ascende seu cigarro, eles fumam de palha, eu de filtro, a fumaça sobe e dá um pouco de alívio no peso da cabeça. Buscamos um assunto, mas claro, não dá pra fugir da noite anterior. Legais que somos, cada um se ocupa de lembrar do outro das maiores merdas feitas. E ai começa aquela espécie de disputa.
-Cara, você tava muito louco!  Subiu no palco pulou na galera!
-É eu tava louco mesmo, mas e você? Que sumiu por duas horas, ficamos te procurando feito doidos! Onde você estava? Mandando mensagens pra todas as suas ex da história. Olha aí o seu celular!
Todos riem, faz-se silêncio.
-Cara eu também tava muito ruim. Parei num grupo de gente que eu nem conheço e comecei a falar de política! Não sei que rumo a conversa tomou, que eu comecei a chorar, o grupo era de psicologia, ficaram me analisando e falando da minha família.
-Pô, que bad.
-Só.
-Você vomitou no show...
-É, eu sei. Que bad.
-Só.
-Eu também liguei pra ex.
-Sério? Que bad.
-Só
-Eu também liguei pra minha. Bad total mano, só.
Novo silêncio. Nós três havíamos terminado um namoro recentemente. E, por isso, mas não só por isso, estávamos a nos embriagar nas noites de sábado, e a morrer de ressaca, nos dias de domingo.
-E você acha que não tem volta?
-Acho que não cara. A gente briga demais. Ela não aceita meu jeito, eu não aceito o dela, é foda.
-Que bad.
-E você, acha que tem volta?
-To de boa mano. To formando, vou dar linha nessa cidade. Mulher tem muitas aí no mundo.
-Só
-Nós conversamos hoje, talvez a gente volte. Mas não sei.
Novo silêncio. Apesar disso posso apostar que o pensamento foi em comum. As nossas noites de fazer merda eram as melhores. Um de nós debandar do “clube dos solteiros” (ou clube dos largados) faria muita diferença no time. Terminamos o cigarro em silêncio.
-Vou fazer um café.
-Não cara, pega uma cerveja.
-Sério? Cerveja?
-Cerveja.
-Cerveja.
-Cerveja. Só.

Brindamos a ressaca de domingo com mais uma gelada. A gente queria se abraçar, mas não o fizemos. Certas coisas ficam melhor se subentendidas.