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sábado, 1 de junho de 2013

Arrancar do Coração


Eu costumava não me importar.
Sempre foi assim

Arrancava do meu álbum
 Da minha vida
Agenda
 E coração

De forma rápida, prática
E quase sem dor
Não me restavam marcas,
E arrisco dizer,
Nem mesmo memórias.

Alguns minutos apenas
Eram mais que suficientes
Pra arrancar as páginas escritas
E começar as novas
Com vigor e empolgação
Frescor e magia

Mas de uns tempos pra cá
Não sei se é a idade
O caráter
Ou coração,
Tem sido um pouco mais penoso.

Talvez essas tais folhas
Não tenham sido arrancadas
Como antes eu pensava
E sim apagadas
Junto com cada história finda

E o papel  já não responde a borracha
Com a mesma aderência
As vezes chega mesmo a rasgar
A folha,
Ou o coração.

E ficam essas marcas
Doloridas
Dolorosas.
Por dias,
Meses ou anos

As páginas vão ficando bagunçadas
E nem eu consigo entender
Meus escritos e anotações
Meus sentimentos.

São fotografias velhas
Escritos dedicados,
A ele, ou ela
Que estão bem ali
No passado

Está tudo cheio
Confuso e pesado
E ainda assim
Não tenho mais coragem
De tirar do álbum
Da agenda
E nem do coração.

E mesmo tirar da vida
Tem sido um custo

Eu nunca sei, se funcionou ou não.

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