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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

As Mentiras Que Somos Nós

Doía-lhe a garganta
E chá nenhum resolvia
Métodos alternativos
Ou Amoxilina

Eram as mentiras que a corroíam
Queimavam feito ácido
Todo tempo
O tempo todo

Mas como se livrar
De tanta mentira impregnada
Na pele
No âmago
E na vida inteira?

Como jogar fora
Mentiras tão repetidas
Já mescladas com a verdade?

Como se lavar das mentiras
sem perder metade de si?

Ser  verdade,
Pode ser mais difícil do que parece.

Mas a mentira cresce
Feito bola de fogo
Dentro de quem sente

Uma hora
Ela sai feito grito
Feito sangue
Feito doença

E espalha
A verdade que é doída
E de tão sufocada
Virou ferida
Ferida aberta
Cáustica e pungente.

Parecia libertador
Parecia ser fim e início.
De um novo ciclo
Autônomo e independente

Mas a verdade foi ignorada
Em silêncio, resguardada.

A mentira foi polida
Repintada
Recosturada no  lugar.
A estabilidade, restabelecida.

A verdade é mesmo

Uma verdade inconveniente.

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